sexta-feira, 31 de maio de 2013

Sirius: a nova fonte de luz síncrotron brasileira

     O maior projeto da história da ciência brasileira está prestes a sair do papel. Com um anel de mais de 500 metros de circunferência, instalado num prédio de 250 metros de diâmetro – do tamanho de um estádio de futebol – o novo acelerador de partículas do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas, será cinco vezes maior e muito mais avançada do que o atual, que será desmontado.
     O custo total do projeto, batizado como Sirius (nome da estrela mais brilhante no céu), é estimado em R$ 650 milhões, com o primeiro feixe de luz previsto para 2016. Outro grande projeto federal, do Reator Multipropósito Brasileiro, a ser construído em Iperó (também no interior paulista), tem um orçamento maior, de R$ 850 milhões, mas sua missão principal será a produção de radioisótopos para uso médico e industrial, e não a produção de ciência. “Se você pensar numa infraestrutura dedicada exclusivamente à pesquisa, o Sirius certamente é o maior”, diz o físico Antonio José Roque da Silva, diretor do LNLS.
     A expectativa na comunidade científica é igualmente grande. A luz síncrotron (uma radiação eletromagnética de amplo espectro, que abrange desde o infravermelho até os raios X) é usada em várias áreas de pesquisa, como física, química, biologia, geologia, nanotecnologia, engenharia de materiais e até paleontologia. O acelerador funciona como um gigantesco microscópio, que os cientistas utilizam para enxergar a estrutura atômica e molecular de diferentes materiais, iluminando-os com os diferentes tipos de radiação presentes na luz síncrotron. Pode ser uma rocha, uma proteína, uma amostra de solo, um dente de dinossauro, um cabo de aço usado em plataformas de petróleo, um fio de cabelo tratado com diferentes tipos de xampu, ou qualquer outra coisa que se queira conhecer nos mínimos detalhes.
     “É o sonho de entender materiais, tanto do ponto de vista estrutural quanto funcional”, afirma Roque. Com a luz síncrotron, é possível saber, por exemplo, que tipos de átomos e moléculas fazem parte de um material, qual é a distância entre eles, como eles interagem entre si, quais são suas propriedades magnéticas e várias outras coisas. São “olhos microscópicos”, nas palavras do diretor científico do LNLS, o brasileiro Harry Westfahl.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A pedra com alma - sugestão de livro

     Faço aqui minha primeira sugestão de livro científico. E para começar, a obra sugerida é obrigatória para todos os especialistas em magnetismo. E também ótima para os leigos interessados no assunto. A pedra com alma: a fascinante história do magnetismo é um excelente livro de autoria do Dr. Alberto Passos Guimarães. Na verdade, uma tradução do seu próprio livro publicado outrora em inglês, cujo título é From lodestone to supermagnets: understanding magnetic phenomena.



     Com uma linguagem clara e concisa, Guimarães traça uma evolução do estudo do magnetismo, cobrindo um período de quase três mil anos. Dos gregos, responsáveis pelos primeiros registros do magnetismo, até os dias de hoje, com discos rígidos e ressonância magnética, Guimarães mostra como a compreensão das forças magnéticas resulta na capacidade de manipular os campos magnéticos que definem o mundo moderno.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Estrela e buraco negro orbitando com velocidade estonteante

     O telescópio espacial XMM-Newton da Agência Espacial Europeia (ESA) ajudou a identificar uma estrela e um buraco negro que orbitam seu centro de massa comum uma vez a cada 2,4 horas, quebrando o recorde anterior em quase uma hora.
     O buraco negro desse sistema binário, conhecido como MAXI J1659-152, é pelo menos três vezes mais massivo que o nosso Sol, enquanto sua estrela companheira, uma anã vermelha, tem uma massa de apenas 20% da massa do Sol. O par está separado por aproximadamente um milhão de quilômetros. É interessante mencionar que essa distância é somente 2,6 vezes maior que a distância entre a Terra e a Lua.

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