domingo, 7 de abril de 2013

Reator Multipropósito Brasileiro dará impulso à área nuclear no país

     Está em desenvolvimento um projeto que dará novo impulso à área nuclear no País. Trata-se do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), empreendimento a cargo da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Um dos objetivos é tornar o Brasil autossuficiente na produção de radioisótopos, substâncias essenciais na medicina nuclear, especialidade que possibilita as maiores chances de diagnóstico preciso e tratamento de doenças relevantes, como o câncer, entre diversas outras aplicações. 
     Com um custo total estimando em cerca de R$ 850 milhões, a iniciativa tem a FINEP como um dos financiadores. O reator deverá entrar em funcionamento em 2017, em Iperó, interior de São Paulo. A área cedida pelo governo do Estado de São Paulo, de 800 mil metros quadrados, se soma a 1,2 milhão de metros quadrados cedidos pela Marinha, totalizando os dois milhões de metros quadrados que o RMB irá ocupar. Desse total, 600 mil metros quadrados são formados por área preservada.
     De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Luiz Carlos Quadrelli, é muito importante para o Estado de São Paulo participar e ampliar a já consolidada atuação no desenvolvimento científico e tecnológico na área nuclear, que acontece por meio de pesquisas e fomento de projetos em parceria com institutos. “O Estado já abriga o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, Ipen, órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, que possui o reator de maior potência nacional, o primeiro a entrar em operação no país”, completa.
     O RMB é um reator nuclear de pesquisa e produção de radioisótopos, que são a base para os radiofármacos, e também para produção de fontes radioativas usadas pelo Brasil em larga escala nas áreas industrial e de pesquisas.  Muitas dessas substâncias são importadas, antes de serem processadas e distribuídas aos centros médicos. Com a construção do novo reator, novos produtos podem ser desenvolvidos, e os atualmente importados passam a ser produzidos no País.
     O Brasil possui atualmente quatro reatores de pesquisa em funcionamento. A produção de radioisótopos ocorre principalmente no reator IEA-R1, instalado na unidade da CNEN em São Paulo, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Esse reator, porém, não atende a demanda brasileira dos radioisótopos utilizados na produção de radiofármacos, que em 2011 propiciaram a realização de cerca de 1,5 milhão de procedimentos de medicina nuclear.
     Além da produção de radioisótopos, o RMB também tem como funções básicas a realização de testes de irradiação de combustíveis nucleares e materiais estruturais utilizados em reatores de potência, bem como a realização de pesquisas científicas com feixes de nêutrons em várias áreas do conhecimento, atuando de forma complementar ao Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS).
(Fontes: http://www.finep.gov.br/imprensa/noticia.asp?cod_noticia=3122 e https://www.ipen.br/sitio/?idc=12624)

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